Translate

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Gusa Líquido X Energia Elétrica


DESENVOLVIMENTO E UTILIZAÇÃO DE UM MODELO MATEMÁTICO DE BALAO TÉRMICO DE UM FEA COMO FERRAMENTA DE AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS TÉCNICOS E ECONÔMICOS NO USO DE GUSA LÍQUIDO1

Thiago Pinto Wandekoken2
Breno Totti Maia3
Paulo Hopperdizel4
José Roberto de Oliveira5

Resumo
Neste trabalho foi desenvolvido um modelo matemático para o balanço térmico e de massa para Forno Elétrico a Arco (FEA) levando em consideração o percentual de gusa  líquido  carregado  no  forno. modelo  desenvolvido  é  baseado  em  dados metalúrgicos e termodimicos, cujos resultados foram validados através da alise de dados de processo de um FEA de 80 toneladas. O modelo desenvolvido permite a parametrização das perdas térmicas envolvidas e então confronto dos valores de entrada e de saída calculados com os valores reais de processo, possibilitando a extrapolação
dos pametros e determinação de condições otimizadas de operação. Como resposta do modelo obtém-se, curvas que relacionam o uso do gusa líquido com demais parâmetros de processo do FEA, como, consumo de energia elétrica, necessidade de carbono, necessidade de fundentes e consumo de gases.
Palavras-chave: Forno Elétrico a Arco, Gusa Líquido, Balanço Térmico.



DEVELOPMENT AND USE OF A MATHEMATICAL MODEL OF THERMAL BALANCE FOR EAF AS A TOOL FOR THE EVALUATION OF TECHNICAL AND ECONOMIC PARAMETERS AT THE HOT METAL USE

Abstract
In this paper was developed a mathematical model to thermal and mass balance for Electric Arc Furnace (EAF) taking into account use of hot metal charged. This model is based on metallurgical  and thermodynamic data and the results were validated through  analyzing  of  process  data  from  80  tons  EAF.  The  model  allows  the parameterization of the thermal losses involved and then to  confront the input and output values calculated with the actual values of process. It is possible extrapolation of parameters to determine optimal operating conditions. In response of the model is obtained, curves that relate the use of hot metal with other FEA process parameters, such as, energy consumption, carbon required, need of fluxes and gas consumption. Key words: Electric Arc Furnace, Hot Metal, Thermal Balance.

1     Trabalho a ser apresentado no 43º Semirio de Aciaria Internacional, Belo Horizonte, Minas
Gerais de 15 a 18 de Maio de 2012,
2     Engenheiro de Controle e Automação, Mestrando do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Metalúrgica e de Materiais do Instituto Federal do Esrito Santo IFES e
Pesquisador da LUMAR METALS, sócio da ABM,
3     Engenheiro de Metalúrgico e Pesquisador da LUMAR METALS, sócio da ABM,
4     Engenheiro Metalúrgico e Diretor da LUMAR METALS, sócio da ABM,
5     Professor Doutor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Materiais do
Instituto Federal do Esrito Santo IFES.

1 INTRODUÇÃO

Os  fornos  elétricos  a  arco  (FEA)  vêm  ao  longo  dos  anos  aprimorando  seus processos, notadamente pela busca de novas fontes de energia, principalmente de origem química através de injeções de gases ou através do uso de metal líquido. O uso destas novas fontes de energia é determinante na composição do custo final do aço   produzido,     mas                   ime       novos          grupos          de       parâmetros        operacionais que necessitam  de  tratativa  adequada  para  garantir  estes  novos  requerimentos  de processo, as quais: ajustes de balanço de massa, ajustes de balanço térmico(1).

Uma   breve   descrão   dos   desenvolvimentos   dos  fornos   elétricos   pode   ser caracterizada em três distintos períodos, segundo Jones(2). O primeiro entre os anos de 1985 e 1995, buscando práticas operacionais e novos conceitos de projetos para atender a redução de custos operacionais e aumento de qualidade. Também nesta época, alternativas foram  apresentadas para reduzir os custos dos convencionais fornos elétricos de corrente alternada (AC  EAF). O desenho dos fornos elétricos sofreu alterações consideráveis, com fornos mais largos e maior aporte de energia, com claros objetivos de reduzir o tempo de fusão.

No segundo período, entre 1995 e 2005, as atenções voltaram-se para o processo propriamente dito, com acréscimos de equipamentos com o objetivo de aumentar e melhorar a distribuão de  energia nos fornos elétricos. Este período também é caracterizado por projetos de fornos elétricos de grandes capacidades, em torno de
1.000.000 toneladas de aço por ano. Em 2000, uma atenção especial foi dada as escórias, pois a utilização de metal líquido e outras fontes de carbono implicaram em um maior aporte de sílica na escória, sendo necessárias correções na basicidade, principalmente na terria, para a correção  da alumina vinda de sucatas de má qualidade.

Segundo  Jones(2),  o  terceiro  período  de  desenvolvimento  dos  fornos  elétricos compreendem os anos de 2005 até os dias atuais, sendo este período focado em fornos        elétricos   cada   vez               maiores     e           no      aumento   da  capacidade        dos transformadores, com claros objetivos de redução do tempo de elaboração do aço (Tap to Tap Time), com conseqüências na altura dos fornos elétricos.

2 OBJETIVOS

O presente  trabalho  tem  como  objetivo  utilizar  balanços  de  massa  e  balanços térmicos estáticos para investigar os efeitos da variação de carga metálica líquida sobre os demais pametros operacionais de um forno elétrico a arco.

Através  da  parametrização  das  perdas  térmicas  envolvidas  no  processo  de elaboração do aço, feita a partir da coleta de dados reais de processo em um FEA de 80t, é possível confrontar os valores de entrada e saída calculados pelo modelo com os valores reais de processo,  permitindo extrapolação dos parâmetros para determinação de condões otimizadas de  operação.  Como resultado do modelo, obtém-se a partir da variação da quantidade de gusa  líquido  no FEA, curvas que relacionam  parâmetros  de  processo,  como  por  exemplo:  consumo  de  energia elétrica, necessidade de carbono, necessidade de fundentes e consumo de gases.

3 MÉTODO

A seqüência de execução dos cálculos executados pelo modelo proposto segue o fluxo apresentado na figura 1, abaixo.


Figura 1. Fluxo para resolução dos balanços de massa e de energia.

O  fluxograma  apresentado  na  figura  1  tem  início  com  as  informações  de disponibilidade  de massa e composição dos insumos que serão empregados na produção  de  aço.  Além  destas  informações  são  necessários  informações  sobre pametros de processos pretendidos, como  basicidade inicial, saturação de MgO na escória assim com a composição final do aço. Estes  valores têm origem em estudos prévios e em muitos casos em experiências anteriores, mas são de extrema importância  nos  balanços  de  massa  para  aumentar  a  representatividade  dos modelos termodinâmicos.

Os  balanços  de  massas  foram  executados  considerando  a  base  molar  dos elementos e as  conversões para volume considerando tratar de gases ideais e, portanto,  volume  molar.  A  partir  dos  volumes  envolvidos,  quando  fornecido  as expectativas de tempo de processo, é  possível efetuar o dimensionamento dos equipamentos que io compor o sistema de energia  química do FEA (injetores e queimadores),  pom  este  dimensionamento  não  está  sendo  considerado  neste trabalho. A resposta do balanço de massa: massa de aço, massa de escória  e volume dos gases de exaustão, são os elementos de entrada para o balanço térmico assim como as temperaturas envolvidas. No balanço térmico são consideradas as entalpias de aquecimento, transformação e reação química.

Foi realizado um trabalho prévio de validação do modelo desenvolvido, ao qual se utilizou parâmetros de entrada dados reais de processo para determinação da perda térmica em situações picas de corrida, com carga de metal líquido variando de 0 a
28% da carga total do FEA, sendo a carga média total de gusa (gusa sólido + gusa líquido) das  corridas analisadas 30%. Após a análise destas corridas através do modelo proposto, para efeito  de cálculos tricos e conceituais, o pametro de entrada perda térmica foi considerado  constante para o cálculo da previsão do consumo                        de    energia,  consumo     de                    gases               e                 pametroda escória           como desenvolvimento de cerios teóricos e conceituais.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção seo apresentados os resultados obtidos pelo modelo desenvolvido através da análise de dados reais de processos e também dados conceituais.

Chevrand  e  Cândido(3), em  seu  balanço  térmico  simplificado  para  FEA  adotam valores de  perdas térmicas que variam entre 115 e 129 kWh/t, de acordo com a capacidade  nominal  d FEA.  Após  simulações  diversas  com  dados  reais  de processo de um FEA de capacidade de  80t foi observado que o valor médio das perdas térmicas apuradas nas corridas analisadas  ficaram em torno de 93 kWh/t. Este parâmetro será utilizado para a realização da simulação de cálculos tricos e conceituais  visando  obtençãde  condições  otimizadas  de processo. A  perda térmica é diferença entre o somatório de entradas de energia e o somatório de saídas de energia, representando todas as saídas não mensuradas no sistema FEA, como calor extraído pelos  painéis refrigerados, refratários, exposição ao ambiente durante carregamentos, por exemplo.

A figura 2 apresenta o resultado trico, obtidos através do modelo de balanço térmico proposto, do consumo de energia elétrica em função da utilização de gusa líquido na carga do  FEA. Os resultados obtidos mostram  que para cadpontpercentual de gusa  líquido  utilizadna  carga  há  uma  redução do consumo de energia  elétrica  na  ordem  de  3,6  kWh/t.  Este  resultado  foi  obtido  através  da manipulação do consumo de energia elétrica em substituição do uso do gusa líquido para a manutenção do valor de perda térmica constante (93 kWh/t). Paula et al(4),
após realização de testes práticos em FEA de 100t, apuraram que para o processo em questão o  valor de equivalência de um ponto percentual de gusa líquido na redução do consumo de energia foi de 3,0 kWh/t.

  Figura 2. Redução do consumo de energia elétrica em função do uso de gusa líquido na carga Análise teórica.


 Figura 3. Redução do consumo de energia elétrica em função do uso de gusa líquido na carga – Dados práticos.

O gráfico apresentado na figura 3 correlaciona dados reais de processo de um FEA de 80t,  cujo as principais características estão apresentadas na tabela 1, que utiliza gusa quido na carga. O consumo de energia elétrica no processo de elaboração do aço no FEA sofre redução na medida em que se eleva o percentual de gusa líquido na carga, sendo que a equivalência energética média do gusa líquido para o caso analisado ficou em 3,7 kWh/t, muito próximo aos 3,6 kWh/t tricos. É esperado que se encontrem variações, tanto para cima quanto para baixo, no valor de equivalência de energia elétrica do gusa líquido nos  diferentes processos de diferentes usinas, isto  principalmente  pelo  fato  de  que  as  práticas  operacionais  e  equipamentos utilizados  em  cada  usina  influenciam  diretamente  neste  parâmetro.  Por  isso  é importante antes de se utilizar modelos para otimização dos parâmetros de processo seja feito a parametrização dos mesmos a cada diferente aplicação.


O resultado geral era esperado, mas analisando os pontos é possível notar que para a utilização de 10% e 15% de gusa líquido, o valor de perda térmica foi superior aos demais, atingindo 126kW/t, não sendo observado a queda no consumo de energia prevista pela regressão. O fato pode estar  associado ao aumento do número de carregamentos com a entrada da carga líquida, mas, entretanto esta quantidade ser insuficiente para compensar as perdas geradas pelo tempo necessário (power off) para o carregamento.

Uma vez estimada estas perdas térmicas para condão de corridas sequenciadas com 01, 02 ou mais carregamentos, ou mesmos em condões após longos períodos de parada é possível criar um  banco de dados específico para que estes valores sejam utilizados para prever a temperatura de vazamento com base nos dados de entrada da nova corrida.

A figura 4 apresenta outra análise de dados reais de processo. Com o aumento do percentual de gusa líquido na carga ocorre a redução no consumo de oxigênio do FEA,  bem  como  a  redução  do  consumo  de  carburante.  Um  dos  motivos  é  a substituição do carbono injetado pelo carbono  do gusa líquido. Quando se utiliza gusa quido na carga do FEA a etapa de descarburação torna-se rápida e intensa quando comparada com a utilização de gusa sólido. Isto é facilmente compreendido se analisarmos que, uma vez vertido dentro do FEA, o carbono fornecido pelo gusa líquido está instantaneamente disponível, em volume e em massa, para as reações de descarburação, ao passo que, quando utilizado gusa sólido (carbono disperso em fase sólida) as  reações de descarburação acontecem a medida em está sendo fundido, resumindo, a eficiência  de reação das interfaces gás-líquido é maior que nas interfaces gás-sólido.

Por outro lado este gráfico também mostra a baixa eficiência do sistema de injeção de oxigênio no FEA, que é composto por injetores supersônicos convencionais. Uma vez que a quantidade total de carbono no FEA é a mesma para todas as corridas analisadas (gusa total carregado: 30%), grandes variações no consumo de oxigênio eram  esperadas. A baixa  eficiência do  oxigênio  injetadtamm  pode  ser verificada pelo teor de FeO (óxido de ferro) presente na escória, que para o caso citado é em média 46,8% (em massa). O percentual de FeO elevado encontrado na escória  contribui  negativamente  em  outro  parâmetro  operacional  do  FEA,  o rendimento metálico do FEA, que para o caso analisado é de 88%.

Figura 4. Comportamento do consumo de oxigênio e carburante em função da utilização de gusa líquido na carga do FEA Dados práticos.

A figura 5 também apresenta dados reais de processo e mostra que para o caso analisado a variação no consumo de GN em função do percentual de gusa quido utilizado na carga praticamente não existe. Isto se deve, principalmente, ao fato de que a tecnologia de injeção de energia química utilizada no FEA analisado tratar-se de  injetores  supersônicos  convencionais  e  queimadores  oxi-combustíveis,  como equipamentos distintos. O consumo de GN ocorre basicamente na fase queimador, programada para o início de fusão do primeiro e segundo  cesto  de sucata e a duração da fase queimador é a mesma, seja qual for o percentual de gusa líquido utilizado  no  FEA.  Quando  não  há  utilização  de  gusa  líquido  na  carga  a  fase queimador é um pouco mais prolongada, justificando o consumo levemente maior de GN para estes casos.

Espera-se  que,  em  fornos  modernos,  onde  a  utilização  de  energia  química  é imperativa, o consumo de GN sofra redução proporcional a redução do consumo de oxigênio secundário dos injetores. Além da redução do consumo de gases, sistemas de energia química equipados com  injetores de alta eficiência proporcionam ainda outros ganhos metalúrgicos e operacionais, tais  como: redução do consumo de energia elétrica, incremento do rendimento metálico (produtividade), menor geração

de  respingos  (splash)  e  maior formaçãde  bolhas  em  função do  alto  grau  de agitação do banho provocado pelo sistema.
 Figura 5. Consumo de gás natural em função do uso de gusa líquido na carga do FEA Dados práticos.




Figura 6. Relação entre o uso de gusa líquido e a necessidade de consumo de gases no FEA Análise teórica.
.
Mantida a injeção de carbono pulverizado constante para as corridas com gusa líquido,  apenas  para  efeito  de  formação  de  escória  espumosa  e  o  controle  do percentual de óxido de ferro (FeO) na escória, a figura 6 apresenta o cálculo trico que indica a necessidade do incremento de consumo de GN como fonte energética em substituão a redução do carbono injetado, para que o  valor do termo perda térmica, ajustado no modelo seja mantido constante. Caso o GN o seja injetadno FEA outra fonte de energia, em geral energia elétrica, será necessária para o fechamento do balanço térmico.


Figura 7. Basicidade biria e consumo de CaO em função do uso de gusa líquido Análise teórica.

Na figura 8, com o aumento da carga de gusa líquido existe um aporte maior de silício que será  transformado em sílica (SiO2). Neste estudo foi determinado uma relação inicial CaO/SiO fixa  para todas as simulações, entretanto, considerando impurezas da sucata, o valor final da basicidade biria decresce com o aumento do uso de gusa líquido na carga.




Figura 8. Componentes básicos da escória em função do uso de gusa líquido Alise teórica.

Outra conclusão é que o percentual de óxido de cálcio depende somente da cal calcítica com  pequena participação da cal dolomítica. Este fato é observado na balanço  de  escória  que  aponta  uma  valor  médio  de  somente  4%  MgO.  Valor insuficiente para saturar a escória e proteger o refratário do forno elétrico conforme apresentado na Figura 8.

O presente estudo comprova a necessidade de correções da carga de fundentes (quantidade e tipo) em função do tipo de carga enfornada para garantir um melhor desempenho  dos  refratários  do  forno.  Nestes  acertos  podem  ser  levados  em consideração  outros  fatores  aos  quais  capacidade  de  desfosforar  assim  como incremento de MgO, visando novamente, o desempenho da campanha refratário do forno elétrico.

Em  termos  econômicos,  sabendo-se  dos  custos  envolvidos  no  processo  de fabricação do aço é possível através do uso do modelo simular diversos cenários de utilização  de  matérias  prima  e  insumos  (variando  o  consumo  de  gusa  líquido, consumo de GN, quantidade de carbono injetado, fundentes, pé líquido, etc) e então avaliar o impacto econômico, buscando soluções otimizadas de processo.

Além das vantagens metalúrgicas e de processo o uso do gusa quido em FEA também se mostrou extremamente vantajoso do ponto de vista econômico. Fazendo uma análise simplória apenas da substituão do uso da energia elétrica pelo uso do gusa líquido no FEA é possível afirmar que o custo do Kwh/t fornecido através do gusa líquido é mais do que 16 vezes menor  do  que o custo do kWh/t fornecido através do sistema elétrico de energia, isto considerando-se que o gusa é adquirido em fornecedores externos. Quando a fabricação do gusa é feito  internamente na própria usina esta relação torna-se ainda mais vantajosa. A figura 9 apresenta a variação do custo final estimado de produção de aço em função da variação da carga de gusa líquido.



Figura 9. Comparativo da evolução do custo de produção do aço versus o uso do gusa líquido na carga.

6 CONCLUSÃO

As principais conclusões do presente trabalho são:

1.  A metodologia utilizada e o modelo proposto apresentaram boa precisão na previsão de redução de energia elétrica em função do uso de gusa quido no FEA. Redução de energia elétrica prevista pelo modelo: 3,6 kWh/t para cada percentual de gusa líquido na carga.  Redução de energia elétrica apurada:
3,7 kWh/t para cada percentual de gusa líquido na carga;
2.  Foi verificado que para utilização de carga de gusa líquido inferior a 15% do carregamento total do FEA as perdas térmicas inerentes a adão de mais um carregamento no FEA são maiores que os ganhos energéticos obtidos pela adão do gusa, e por isso a redução do consumo de energia elétrica obtida nestes casos são inferiores às previstas pela regressão;
3.  O uso de 28% de gusa quido no carregamento do FEA impactou na redução de cerca de 26,5% no consumo de energia elétrica do FEA;
4.  Foi verificado um consumo menor de oxigênio para corridas que utilizam gusa líquido. Este menor consumo está atribuído a uma melhoria na eficiência de reação do oxigênio injetado,
5.  Ficou  comprovada  a  necessidade  de  correções  da  carga  de  fundentes (quantidade e tipo) em função do tipo de carga enfornada para garantir um melhor desempenho dos refratários do forno;
6.  Em termos econômicos o uso do gusa líquido em FEA também se mostrou extremamente vantajoso. Foi apurado que o custo do Kwh/t fornecido através do gusa líquido é mais do  que 16 vezes menor do que o custo do kWh/t fornecido através do sistema elétrico, isto  considerando-se que o gusa é adquirido em fornecedores externos. Quando a  fabricação  do gusa é feito internamente na própria usina esta relação torna-se ainda mais vantajosa.


Agradecimentos


Os componentes do trabalho agradecem a Lumar Metals pelo incentivo a pesquisa continuada.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1      CÂNDIDO, F. S., PASSOS, S. R. M., ALBUQUERQUE, B. T. S., GOMES, N. H. G., COELHO, E. S., Modelo de Carga Fria do FEA UHP 50T., Anais do 42º Semirio de Aciaria Internacional. ABM. Pag. 8 19. Salvador, Brasil. Mai. 2010.
2      JONES, J. A. T., EAF Steelmaking Current State of the Art Technology and Future Developments.,  Anais  da  18o    Conferência  de  Aceria.  IAS.  Pag.  1   18.  Rosário, Argentina. Nov. 2011.

3      CHEVRAND, L. J. S., CÂNDIDO, F.S., Balanço térmico de Forno Elétrico a Arco Simples e Inteligente. Anais do 42º Semirio de Aciaria Internacional. ABM. Pag. 21
29. Salvador, Brasil. Mai. 2010.
4      PAULA, A. O., ARAÚJO, A. M., RIBEIRO, S. R., FURTADO, T. L. C., LIMA, W. L. S., Aciaria  Elétrica  e  Utilização  de  Gusa  Líquido.  Anais  do  42º  Semirio  de  Aciaria Internacional. ABM. Pag. 792 800. Salvador, Brasil. Mai. 2010.












Nenhum comentário:

Postar um comentário